MSF e mais de 100 organizações denunciam uso da fome como arma de guerra em Gaza

Fome Arma de Guerra

A situação na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes de fome generalizada e insegurança alimentar. Mais de 100 organizações humanitárias, incluindo Médicos Sem Fronteiras, lançaram um apelo à comunidade internacional para que intervenha com urgência, exige a abertura das fronteiras e o restabelecimento de um sistema de ajuda humanitária coordenado pela ONU.

Segundo relatos, milhares de civis famintos e trabalhadores humanitários estão entrando em longas filas por alimentos, expondo-se a riscos extremos apenas para sobreviver.

A ONG alerta que a forma como o governo israelense controla o acesso à ajuda — por meio de restrições e bloqueios — contribui para um cenário de caos, fome e morte, enquanto reivindicações simbólicas ou fragmentadas substituem ações verdadeiramente efetivas.

Chega de distribuição militarizada
Um relatório recente produzido por Médicos Sem Fronteiras revela que os pontos de distribuição de comida em Gaza, operados por entidades controladas por atores militares, estão se convertendo em verdadeiras armadilhas letais. Entre 7 de junho e 24 de julho, foram atendidas 1.380 vítimas — incluindo civis e 71 crianças feridas por arma de fogo — nas clínicas próximas a esses pontos.

A diretora-geral da MSF ressaltou que esses locais, apresentados como auxílio humanitário, “se tornaram um laboratório de crueldade” e pediu o fim imediato desse sistema, com retorno à coordenação da ONU e suspensão do apoio político e financeiro aos mecanismos atuais.

Violência intencional confirmada
Dados clínicos das equipes médicas indicam um padrão alarmante: 11 % dos ferimentos por arma de fogo ocorreram na cabeça e no pescoço, e outros 19 % no tórax — uma tipologia que sugere ataques intencionais, não fogo indiscriminado.

Acesso humanitário bloqueado e famílias à beira do colapso
Além das denúncias sobre os pontos de distribuição letais, é urgente ressaltar que toneladas de suprimentos — alimentos, água, medicamentos e combustível — continuam retidas fora do alcance da população necessitada. O sistema humanitário previsto e liderado pela ONU foi impedido de atuar plenamente.

Reivindicações urgentes
As organizações que assinam o comunicado exigem:

Um cessar-fogo imediato;
A abertura de todas as fronteiras terrestres;
O restabelecimento de um sistema de ajuda imparcial e eficaz, sob condução da ONU;
O fim de modelos de distribuição controlados por forças militares;
E o fim das promessas vazias — para que ações concretas substituam declarações simbólicas.

Imagem ilustrativa: pexels.com

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