Gaza e o Holocausto: um espelho cruel da história

Gaza

Em pleno século XXI, enquanto a tecnologia nos permite assistir ao vivo cada instante do que acontece em qualquer parte do planeta, somos forçados a encarar um cenário que lembra um dos capítulos mais sombrios da história: o Holocausto.

Em Gaza, crianças famintas, famílias despedaçadas e comunidades inteiras reduzidas a escombros são expostas não apenas ao terror, mas também à impiedosa lente da transmissão em tempo real. Diferente da Segunda Guerra Mundial, em que os horrores foram descobertos após o fim, agora cada bomba, cada grito e cada corpo sem vida nos chegam pela tela — e mesmo assim, a indiferença parece maior do que nunca.

No Holocausto, milhões de judeus foram exterminados em campos de concentração, vítimas de uma ideologia que desumanizou povos inteiros. Hoje, em Gaza, a violência indiscriminada atinge principalmente os mais indefesos: as crianças. Elas não têm voz nas negociações de paz, não carregam armas, mas carregam no corpo e na alma as marcas de um conflito que não escolheram.

A fome, que já foi arma de guerra no passado, volta a ser usada. A escassez de alimentos, água e medicamentos transforma o cotidiano em uma luta pela sobrevivência. O genocídio não é apenas o ato de matar — é também o lento sufocar da vida até que não reste esperança.

Diante dessa realidade, surge a pergunta: qual seria a postura de um verdadeiro cristão? Se Jesus estivesse caminhando hoje pelas ruas destruídas de Gaza, não se limitaria a discursos políticos ou alianças estratégicas. Ele se aproximaria dos feridos, acolheria as crianças, repartiria o pão e, com lágrimas nos olhos, diria: “O que vocês fizeram a um destes pequeninos, a mim o fizeram.” (Mt 25,40)

A atitude cristã não pode ser a de espectadores passivos. É hora de interceder em oração, de dar voz aos que não podem falar, de apoiar organizações que levam socorro, e de cobrar dos líderes do mundo um cessar imediato dessa barbárie. O silêncio diante do mal não é neutralidade — é cumplicidade.

O Holocausto nos ensinou, a um custo incalculável, que a omissão alimenta a tirania. Agora, cabe a nós decidir se repetiremos os erros do passado ou se, finalmente, viveremos o Evangelho que pregamos.

Imagem: pexels.com

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